sábado, 31 de dezembro de 2011

Mudei


Pelo olhar de uma menina. De uma época que eu ainda não o amava, ele ainda não era meu... Ao seu lado, me tornei mulher, soube me entregar, ele me permitiu. E aquela frieza sentimental se transformou em fogo, em paixão. O que arde no meu peito é a certeza de um amor apaixonado, onde ele é a minha brasa enquanto eu for seu oxigenio. Só depois dele, senti na pele o amor. Logo, Mudei.

Texto escrito em 2010 :

Amar como se é

De acordo com Adriana Falcão, em seu pequeno dicionário de palavras ao vento "gente é: carne, osso, alma e sentimento, tudo isso ao mesmo tempo." Generalizando bem, somos isso mesmo. Mas será que nos resumimos a esta simples observação ? Vale sobretudo lembrar que existem infinitas vidas por aí, infinitas personalidades, jeitos, gostos, cores e calores. A alma de cada um é única. Incrível é pensar que nem um ser deste mundo me entende. Uma frase bem conhecida por adolescentes em crises existênciais " Ninguém me entende, ninguém me ama, ninguém me quer " Será mesmo ? De um ponto de vista apático e insensível, acho que não só eu, como milhares de criaturas nesse mundo fazemos tempestade em copo d'agua. Como posso, sem nem mesmo completar duas décadas de vida, dizer que não existe ninguém por ai que vá me entender ? Friamente dizendo é drama sim. Mas como a adriana declamou, existe sentimento ! Inclusive, esse sentimento sentencia constantemente nossa vida. Negar isso é impossível. Controlar é a questão. Há gente que manifesta seus sentimentos tão sublimemente que assusta. Já eu, sigo as tendências circunspectas. Acredito que deve haver cautela ao transpor sentimentos aos outros. Mas como dizem, tudo é questão de opnião, e volto a dizer que cada um é um! Não adianta querer mudar os outros, moldar como nos convém ou recriminar. São tantos princípios essências vagando por ai, que entender e respeitar é a saída. Compreender a singularidade e ser compreendido também, logo amar e ser amado. E assim, as pessoas se encontram em meio a tanto desecontro. Com alma, sentimento, carne e osso respectivamente. Giulia

domingo, 18 de dezembro de 2011

Preciso de você, deitar com você, amar você
sem pontos finais
Olho ao meu redor e estou no meio de tanta gente, mas a sensação é indubitavelmente de um vazio. De tempos em tempos, a questão é rápida, passageira e dentro de alguns proximos momentos, já mudei a frequencia, me sinto de forma plena, que aquele momento angustiante parece nunca ter existido. Se a sensação permanecer até que me encontre com voce, é saudade, um vazio que não depende so de mim, mas de uma circunstancia imutavel. Ninguém se separa porque quer, a emoção que vivemos já não é renovada por aquela energia revigorante do encontro com quem se ama. O espaço é uma questão irrelevante diante do desafio de encarar o tempo como o verdadeiro culpado da saudade. Uma dimensão muito mais poderosa do que qualquer pensamento, força ou otimismo. Pode ser seu melhor amigo, curar-lhe todas as feridas que foram abertas em seu peito.Entretanto,o tempo encarou sua forma fria e egoista e está me ferindo. Tenho a sensação de que ele parou, nao segue adiante. Desconfio de que o tempo não ame. Se o fizesse, não seria tão duro com os apaixonados. Toma um café, pede outro, lê um livro, conversa, depois vai procurar se interar com o jornal, e quem sabe, se estiver disposto, ele sai para dar uma caminhada. E quando estou com você, o tempo faz questão de correr, voar, seja la o que for.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Canto à mãe Natureza

Passo pelas raízes das árvores, gosto do estalo das folhas secas, do canto de um filho teu a me alegrar, do vento a tocar minha pele, do ar de ternura que tenho ao estar à tua companhia,  numa velocidade que não é minha, num tempo que é teu, sinto como se o mundo fosse nosso. Graças à ti estou aqui, com sede de vida, com teu ar a me alimentar o peito, com o amor que vem do fundo de ti, que nos presenteou com toda essa riqueza e que não valorizamos. Minha felicidade vem toda manhã, com o sol que pões ao meu leste. E te digo, Não te entristeças, pois nos dás a luz todos os dias, e os homens que ainda são cegos. Eles não sabem o que fazem, o que aspiram. Tua terra a degradar, teu ar a poluir, tua água ao desperdício. Mas mãe, não chores, eles não sabem o que fazem, não sabem o que querem. Ensina-nos, mas por favor, não te entristeças. Nossa lágrima é tua água, faço parte de ti, eles também mãe. Como filhos que somos da terra, ensina-nos a te amar sobre todas as coisas antes que seja tarde, pois teu amor nos deu a vida. Choramos por não sabermos te amar. O amor está indo sem que ninguém perceba, te matamos, nos matamos. Faça-nos viver como aqueles que te amam, e vivem, sem precisar te machucar, só cantam. Aqueles que sabem o verdadeiro sentido de piar por ver teu céu azul, tão imenso a libertá-los. Não cinza, como nós, em pouco tempo, o transformaremos. Não te entristeças, ensina-nos.

Que secou ao sol

 De repente, o homem percebeu que era um presidiário e no fim de sua jornada, decidiu arrancar as grades. Ao acordar, sua rotina já determinava quem ele era. E o jovem que existiu há quarenta anos, estava com poeira nos pulmões, seus olhos secos, sua aparência transparecia fadiga. No fundo de seu coração, o homem se perguntava porque deixara aquele menino sonhador e tão vivo morrer ao passar dos anos. Os ossos do ofício lhe chamavam, era isso que ouvia todos os dias. Virou escravo da rotina, acabou por vender sua alma, e pensou que no fim pagaria para tê-la de volta. Pois no dia do pagamento, viu que sua alma já não lhe pertencia mais. Aquele homem que estava prestes a lutar por ela, sentindo-se exausto, deixou que o tribunal da vida decidisse por ele. O homem já virara osso, não havia mais calor, não havia mais sangue hidratando seus vasos, sua alma juvenil não voltaria mais àquele corpo. Então sua alma nunca mais lhe fora devolvida. E assim, o homem já não sentia, não sorria, não criava, não vigorava em maneira nenhuma, apenas lamentava-se por não ter zelado pela sua jovem alma sonhadora, hoje tão longe daquele senhor infeliz e arrependido. Ao passo que viveu desprovido de emoção, outros, mundo a fora, viveram como se fosse seu único dia na Terra. Faltou-lhe coragem, a moeda pela qual sua alma foi trocada há décadas.