segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Canto à mãe Natureza

Passo pelas raízes das árvores, gosto do estalo das folhas secas, do canto de um filho teu a me alegrar, do vento a tocar minha pele, do ar de ternura que tenho ao estar à tua companhia,  numa velocidade que não é minha, num tempo que é teu, sinto como se o mundo fosse nosso. Graças à ti estou aqui, com sede de vida, com teu ar a me alimentar o peito, com o amor que vem do fundo de ti, que nos presenteou com toda essa riqueza e que não valorizamos. Minha felicidade vem toda manhã, com o sol que pões ao meu leste. E te digo, Não te entristeças, pois nos dás a luz todos os dias, e os homens que ainda são cegos. Eles não sabem o que fazem, o que aspiram. Tua terra a degradar, teu ar a poluir, tua água ao desperdício. Mas mãe, não chores, eles não sabem o que fazem, não sabem o que querem. Ensina-nos, mas por favor, não te entristeças. Nossa lágrima é tua água, faço parte de ti, eles também mãe. Como filhos que somos da terra, ensina-nos a te amar sobre todas as coisas antes que seja tarde, pois teu amor nos deu a vida. Choramos por não sabermos te amar. O amor está indo sem que ninguém perceba, te matamos, nos matamos. Faça-nos viver como aqueles que te amam, e vivem, sem precisar te machucar, só cantam. Aqueles que sabem o verdadeiro sentido de piar por ver teu céu azul, tão imenso a libertá-los. Não cinza, como nós, em pouco tempo, o transformaremos. Não te entristeças, ensina-nos.

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